ESTRATÉGIAS PSICOLÓGICAS NO ATENDIMENTO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

O atendimento de urgência e emergência evidencia o impacto do inesperado que atravessa a vida do paciente, da família, e repercute também no trabalho de toda equipe de saúde.

As urgências se caracterizam por situações de agravo  à saúde, com ou sem risco potencial de vida, que requerem assistência rápida, no menor tempo possível a fim de evitar maior sofrimento.

Já uma situação de emergência, caracteriza-se por sofrimento intenso, risco de lesão permanente e ameaça à vida, necessitando de atendimento médico imediato.

Esses tipos de situações trazem à tona, além da condição biológica, a dimensão psicossocial das pessoas nelas envolvidas, gerando uma crise, devido à imprevisibilidade das circunstâncias que desencadeiam medos, relacionados à sensação de dor e impotência , que expõe insegurança , temores, ansiedade  e desamparo diante da perspectiva de morte. A possível crise dos profissionais de saúde, pode ser entendida como um estado de desequilíbrio emocional, na qual não consegue utilizar seus habituais recursos para resolver ou atenuar o problema. Neste momento o indivíduo pode tornar-se psicologicamente instável, podendo tanto gerar um amadurecimento, ao descobrir maneiras de solucionar o problema, quanto ocorrer uma desorganização que cause adaptações inadequadas, resultando em medos, culpas, angústia, estresse, etc.           

 Podem ocorrer:

REPERCUSSÕES SOCIAIS: Surgimento de conflitos interprofissionais, familiares, afetivos e conjugais influenciados pelo estresse no trabalho.  Isolamento social.

REPERCUSSÕES LABORAIS: Interferência na qualidade e no desempenho das funções no trabalho e incapacidades ocupacionais.

REPERCUSSÕES PSICOSSOMÁTICAS: Sentimentos de angústia, impotência, apatia, desânimo, mau humor, tristeza, depressão, conflitos internos, ausência de reconhecimento profissional, desvalorização, estresse, descontrole emocional, ansiedade, exaustão, frustração, dores no corpo, cefaléia, gastrite, taquicardia e hipertensão.

O estresse é deflagrado quando há uma quebra do equilíbrio interno, ou seja, quando ocorrem situações que irritam as pessoas, amedrontam, excitam etc. Diante desse desequilíbrio, o organismo tenta adaptar-se ao momento, sobreviver a essa ameaça e vencer o desafio.        A permanência dos estressores e o consequente desequilíbrio do organismo, bem como a não utilização de mecanismos de enfrentamento, podem interferir negativamente na saúde física e mental desses profissionais, bem como no seu desenvolvimento do trabalho.

Os mecanismos utilizados para o enfrentamento do estresse se traduzem em estratégias de enfrentamento   desenvolvidas dentro e fora do trabalho, com o objetivo de evitar ou minimizar as repercussões negativas ocasionadas pelo estresse. São esforços no sentido de se adaptarem às diferentes situações desgastantes de modo a reduzir a ocorrência do estresse laboral e duradouro. Além do acolhimento psicológico aos profissionais, orienta-se ações e estratégias que possam auxiliá-los no dia a dia de seu trabalho:

Importantíssimo como estratégia a existência de treinamentos permanentes, capacitações e estudos para aprimorar os conhecimentos, e aplicá-los na prática clínica. Ocasionando maior segurança e resolução para os atendimentos.

No que se refere ao cenário laboral, podem ser realizados ações de adaptação, caracterizadas pela aceitação da realidade, autocontrole, trabalho em equipe, promoção de um ambiente acolhedor, diálogo com equipe multiprofissional para resolução de problemas, planejamento de atividades diárias, relação de transparência com paciente e familiar, etc.

Tais estratégias configuram-se como respostas positivas que verificam o avanço pessoal e profissional, e permitem somar esforços para se adaptarem a situações desgastantes de modo a reduzir a ocorrência do estresse laboral.

Destacando também, o fortalecimento do vínculo familiar e social, a rede de apoio, às atividades direcionadas para o bem estar psicológico, como hobbies que estimulam, como dança, música, leitura, esporte.

 Cuidados com a saúde física, além de atividades de lazer, investimento intelectual, e de qualificação profissional, e a busca de apoio espiritual para fortalecimento da crença e fé. A meditação, o autocontrole, e externar os sentimentos de valorização da vida, também auxiliam no controle do estresse.

Atividades físicas, pois melhora o sono, libera hormônios de bem estar, aumenta o bom humor e fortalece o físico.

Aspectos como ter alimentação saudável, realizar repouso, adotar atividades de lazer, investir na manutenção e qualidade do sono, pois ele é fundamental para o bom funcionamento do cérebro, e demais funções do corpo.

 Acolhimento psicológico, para expressar os sentimentos   e angústias, reavaliação dos limites de tolerância, convivência menos conflituosa com colegas e grupos de trabalho têm sido consideradas como formas complementares de enfrentamento de estresse. Com intuito de aliviar e amenizar tensões.

Evite usar estratégias de enfrentamento, como álcool ou outras drogas, que possam piorar seu desempenho físico e mental. Relacionar-se de maneira respeitosa com colegas e superiores, para assim facilitar os atendimentos e dividir as dificuldades e emoções.

Sob esse aspecto, a literatura tem apontado que, utilizando essas estratégias e gerenciando o estresse ocupacional, melhorias no desempenho funcional com preservação da saúde, e a ampliação da qualidade de vida poderão ser alcançadas.

Concluindo, as estratégias de enfrentamento de estresse se constituem em medidas essenciais e indispensáveis para evitar a elevação dos níveis de estresse e sua duração . Mas se necessário, é preciso procurar ajuda com profissional qualificado, para um melhor diagnóstico e   tratamento especializado e duradouro.

 

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